terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sobre os que passam e os que ficam

Não consigo gostar de algo sem querer que todo mundo goste, sem falar disso 24h por dia. Sou vidrada em filmes e música, assim que conheço novas bandas ou tenho novas impressões, a meta é encher o saco dos amigos e famílias a consumir e dividir suas impressões comigo. Então vai lá.
Estava ouvindo o Mamilos Pod, um podcast que traz discussões sociais e políticas excelentes e no final de algum deles (que eu não sei mais porque ouvi tudo de uma vez) a Ju, que é uma das hosts, recomendou o filme "A Delicadeza do Amor", um filme francês dirigido por David e Stéphane Foenkinos e  estrelado pela eterna Amélie Poulain, Audrey Tatou. Em sua recomendação, a Ju diz que nós mulheres iríamos gostar imediatamente e que os garotos poderiam através dele entender a diferença entre os homens que ficam e os homens que passam nas nossas vidas. Esse comentário me fez parar tudo que estava lendo, pra semana de provas e ir correndo assisti-lo e não me decepcionei. Pelo contrário, adicionei mais uma obsessão à minha crescente lista. Não vou me prender aqui na sinopse, porque como assisto muitos filmes e já li muitos spoilers, hoje em dia me furto de saber qualquer coisa antes de ver um filme para não criar ou matar expectativas. Cansei de ser inundada com informações anos antes do lançamento e acho que todo mundo deveria parar um pouco com essa ansiedade maluca. Mas, para resumir de forma franca, a história é centrada em relacionamentos. como se formam e as sutilezas que nos fazem querer estar junto de uma pessoa.


Não vou me ater também a analisar criticamente o filme, até porque tem centenas de críticos que o farão com maestria ai pelas internets, mas tem coisas nele que me fizeram chorar muito refletir bastante sobre a dinâmica dos nossos amores. E aí vou ter que dar alguns spoilers mesmo, não adianta.

Primeiro, vemos que após a morte do François, o chefe charmosão e casado da Nathalie a leva para jantar num lugar mais refinado A impressão que eu tive é que aquele era um lugar pros velhos levarem as amantes, o que já é desconfortável demais mas o cara é o pior: força investidas e toques e o não a ouve. Parece querer devorá-la por causa de sua beleza e só. Ele merecidamente recebe um não, até porque é casado. E o louco é que na cabeça dele, ele é um cara legal mas mal compreendido e não entende como ela pode dispensar tamanha maravilhosidade. A questão é que Nathalie enxerga os detalhes e não se interessa em se envolver com um homem que mal a conhece e nem tenta se aprofundar em sua personalidade. E de fato encontro muitos homens que querem impor sua vida, ou só falam de si, egocêntricos e é complicado. Como estabelecer uma relação em que a troca é necessária? Não dá, e como a Nathalie, mando pastar mesmo.

E aí a gente vai conhecendo o Markus, que é o contraponto disso, um cara que vai conquistando o coração dela sem ser invasivo, aceitando as experiências dela e ouvindo-a verdadeiramente. Quando o presente dele foi aberto eu fui á lágrimas porque poxa, é o que eu digo sempre: não precisa comprar nada caro, ou manjado tipo flores ou bombons. O Markus, mais que um presente material, quis que Nathalie revivesse aquele momento que ela guardava com saudade e isso fez toda a diferença.
E é essa delicadeza que eu quero que esteja mais por aí. De perceber o outro, o que o outro sente.
Mais um filme para elevar as expectativas sobre os relacionamentos.








sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Personalidade X Amor

Lembrando da época da escola, vejo que eu sempre quis ser igual a todo mundo, aceita como todo mundo. Parecia que quanto mais eu tentava, mais eu me distanciava do que eu tanto queria. Mas ai, com 18 anos e trabalhando, eu percebi que não havia padrão a seguir e que eu era livre pra ser o que quisesse, porque o mundo era muito maior do que os papéis preestabelecidos que recebemos na adolescência. Isso me deixou aberta a aceitar as peculiaridades de ser quem eu sou. Me gosto muito na maior parte do tempo mas uma coisa que sempre pega é nos relacionamentos. 
Nunca tive um relacionamento longo com ninguém e a parte amorosa pra mim é sempre algo que me causa muita insegurança. Na real, sinto como se fosse algo complicadíssimo que nunca vou aprender e entender totalmente. Como conhecer pessoas? Como paquerar sutilmente? Se declarar ou não? Se tenho interesse na pessoa, porque fingir que não tenho? É tudo muito confuso.

Minha paixãozinha mais recente me disse uma coisa durante nossas conversas de madrugada que me deixou com um pé atrás em relação a minha atitude. Acho que não foi intenção dele me causar isso, mas tenho mania de ver sentido oculto em tudo (mania é eufemismo, paranoia mesmo). Ele disse que eu era, não lembro a palavra que ele usou, mas que eu deveria ser um furacão na cama porque eu sou uma mulher dominante. Essa fala me incomodou por inúmeros motivos e me chamar de mandona foi a cereja do bolo. Por que eu sou mulher e sei o que eu quero?

E um tempo depois quando ele me deu um fora e foi namorar com uma garota bem mais nova, a minha carência me levou a questionar se talvez eu não deveria ser mais 'feminina' e 'delicada', mais maleável pra não assustar os homens e nessa hora não teve feminismo que me salvasse. Ainda não virei a Super-Mulher, infelizmente. Porque eu fiquei na dúvida se é o meu jeito que faz com que eu passe boa parte do tempo sozinha, que faz com que eu tenha que sempre tomar a iniciativa em relação aos homens.
E é isso que ferra com tudo porque, por causa dessa imposição de que eu só vou ser feliz se tiver alguém, eu estaria disposta até a sacrificar minha personalidade, não importando toda minha experiência de vida. 

E eu continuo solteira.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Pensamentos


#1

Queria encontrar um sentido da vida, mas não O sentido da vida em si. Só um pra minha. Sinto que estou perdendo tempo, mas não sei bem o que fazer e estou rodeada de pessoas que não sabem também. 

#2

Sempre tive pena de quem engravidou na adolescência, mas hoje não sei bem. Será que o filho não serviria como incentivador, um motor para o crescimento, um motivo por que lutar? O papel de mãe e de pai não seria uma posição social almejada por quem sempre foi ninguém?

#3

Não consigo mais acreditar em nenhum relacionamento que vejo no Facebook. Tudo por causa do Sr. Duplicidade. Este sujeito, que sempre achei feiosinho mas simpático, me conquistou depois de muito tempo de silêncio por parte do meu coração. Ele deu a entender que gostava de mim e foi isso até eu me declarar e receber um pedido de amizade. Doeu, principalmente no orgulho. Só que ele continuou demonstrando real interesse. Me falou coisas. Na real, ele mandava o mesmo papinho pra outras garotas do meu convívio. E agora ele está namorando uma delas. E ai são músicas pra ela, declarações, fotos e os amigos otários curtindo tudo que ele faz pra ela. Minha vontade é de dizer que se hoje ele diz que as músicas foram feitas pra ela, ele disse o mesmo pra outra colega minha há pouco tempo. Que se hoje ele quer ter um namoro 'casto' com ela, ontem forçava sextalk comigo. 
Entendo que ele não é obrigado a gostar de mim, mas porque falou tudo aquilo, como se gostasse?
O cara faz toda essa filhadaputagem e na real sou eu que fico sozinha. It's a funny world.

#4

Acho Chaves superestimado. 


Pequenas grandes obsessões

Em minha vida não tenho gostos, somente obsessões. Não consigo somente curtir uma banda ou um filme, eu tenho que saber absolutamente tudo, eu vivencio a parada mesmo. Aí vai uma listinha das mais intensas:

Irandhir Santos

Este ator é simplesmente inacreditável. Ver ele atuar é como respirar ar fresco, porque ele te passa um verdade no papel que está executando. Parece exagero, mas experimente assistir um filme com ele e depois, a um episódio da novela das 21h e ai você vai entender.

Móveis Coloniais de Acaju

Uma banda mega querida, de Brasília. Comecei a ouvir num período triste da minha vida e desde então é a minha favorita. Sempre adorei metais, e eles tem a capacidade de te levar a euforia, e fazer pensar e chorar também. Joguei o último álbum (De Lá Até Aqui) no celular e fui às lágrimas no metrô com Campo de Batalha. Uma pena que não consegui ir a um show ainda, mas é umas das metas pra 2015.

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

Amei, amo e fiz toda a minha família e amigos assistirem. Nunca perco a oportunidade de recomendá-lo. Sei que é clichê mas toda vez que assisto me sinto bem e motivada a procurar minha felicidade.

Gene Kelly

Lindo, lindo, lindo. Dançava muito. Nice butt. E é isso.

O Apanhador no Campo de Centeio

Leio sempre desde a oitava série. O sentimento de estar deslocado, de enxergar um mundo por vezes cínico, está tudo lá. O Holden é bem pretensioso sim, mas como adolescente, a primeira vez que li, foi como um abraço (exagero, mai uma vez digo).


quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Se puder, tenha um bom Réveillon

Hoje é o último dia do ano de 2014. O dia é de comemorações e esperança, segundo a tradição, mas para mim esta festa sempre teve um gosto amargo. Quando olho os fogos de artifício, apesar de toda expectativa, sei que o dia 1° de janeiro vai ser opressivamente igual a tudo o que já vivi. Não adianta fazer promessas, simpatias sabendo que nada vai mudar de fato, já que nossa essência permanece inalterada. 
Dado esse histórico, a minha melancolia já vai começando em outubro, com o pressentimento do Natal e as visitas familiares. Eles chegam e percebem que você engordou, que não está namorando, nem tem uma vida social completamente satisfatória pros padrões. Fora a prima, que ao contrário de você, está pegando geral e está num emprego incrível, acirrando aquela rivalidade inexistente (mas que existe na sua cabeça) que vocês sempre tiveram. 
Toda essa situação é coroada com a virada do Ano. Lembro de ter sido bom uma vez, quando bem criança, vi pela primeira vez a fogueteira do bairro. Fiquei maravilhada e nunca houve a suspeita de que esse dia nunca mais seria feliz pra mim. 
Aí se seguiram várias decepções. Teve ano que fiquei em casa vendo Mary Poppins, seguido de choro compulsivo; outro, em que sai baranguinha; vários em que sai gatinha e não peguei ninguém; teve um que fui atingida por uma rolha de champanhe; teve um que sai poderosa de salto e voltei descalça (derrota). Isso me motivou a boicotar os dos últimos anos, ate porque né, não adianta lutar contra o destino. Pelo menos até hoje.
Decidi que 2014 já me trouxe tanta merda, especialmente nos últimos dias, que eu quero mais é que se exploda. No início desse ano, eu quis com todas as minha forças conseguir um estágio decente na minha área, fazer meus pais se orgulharem, ser uma aluna brilhante, uma boa coordenadora do ministério, me apaixonar e fazer alguém se apaixonar por mim. Falhei miseravelmente em tudo, a não ser em bancar a imbecil. Ai sim, é nota dez pra bobinha aqui. 
Já que eu caguei na mão, passar na cara é só um passo. E vamos ver o que rola até a meia-noite.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Resposta para você, minha amiga (ou quase)

Boa noite, querida!

Vi sua mensagem no facebook, que possivelmente era uma mensagem para alguém que passou pela sua vida e saiu deixando só tristeza e mágoa. Quero te dizer que me encontro passando pela mesma situação, uma entre várias que já sofri, com o coração partido. Me corta a alma saber que vou ter que passar por isso sozinha, mesmo que os meus amigos me apoiem. Que vou ter que deixar tudo dentro de mim, porque se abrir pra todos vou parecer desesperada e não quero dar um gostinho de vitória pro bastardo. Tenho dignidade apesar de tudo, embora isso me pareça insignificante agora. Eu só queria que ele me amasse e e recebi um não. 

Mas o que eu realmente quero que você tenha em mente é que todo mundo passa por isso e a vida tem que seguir. Se você quiser saia, beije, mande indiretas pro cara, beba até cair, veja um filme triste, sei lá. Mas isso não significa que não vai doer mais. Você precisa olhar dentro e passar pelo luto, não pule essa etapa, não postergue esse sentimento, porque isso também te faz crescer menina.

Você merece todo amor do mundo, te desejo sorte na próxima ;D

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Se puder me responder

Gostaria de saber sinceramente qual é o meu problema. O que afasta as pessoas, o que não atrai os rapazes, o que me deixa sempre em último lugar e que faz com que as pessoas me olhem como se eu fosse esquisita, inadequada. Sério. Queria que alguém me respondesse o que há de tão repugnante em mim, que faz com que eu não mereça o interesse, o cuidado e o desejo dos homens. Porque os olhares sempre de reprovação, as grosserias nas ruas, as piadinhas?
Porque meus professores são sempre ríspidos? Será que a minha incompetência transparece no rosto ou no jeito?
Queria que alguém me indicasse e eu tentaria mudar com todas as minhas forças.
O engraçado é que eu, dentro de mim, não me sinto indesejável, pelo contrário, quando me olho no espelho eu vejo alguém que tem uma beleza, uma força, e promissora. Desde criança, sempre achei injusto que os garotos me preterissem, e até hoje tenho a convição de que sou mais do que qualquer homem poderia querer. Mas isso não se confirma e não consigo entender. Se eu sou tudo isso porque ainda sim tenho que provar o meu valor sempre?

Mas isso tudo é bobagem.